O relógio de parede passa as horaso seu tique-taque constante preenche o silêncio tenso da sala de jantar.
A sala é iluminada apenas pela luz ténue da vela sobre a mesa.
Carlos está sentado à mesa, com os olhos fixos na chama bruxuleante, perdido nos seus próprios pensamentos.
SUBCONSCIENTE DE CARLOS (V.O.)
(voz suave, ecoando na mente de Carlos)
Não temas, Carlos. É apenas o reflexo de tua própria jornada interior.
Carlos levanta os olhos, com um misto de surpresa e confusão no rosto, enquanto olha em redor da sala. A voz parece ecoar do interior da sua mente, desafiando-o a confrontar-se com as suas próprias sombras.
CARLOS(sussurrando para si mesmo)
O que queres de mim? O que quero eu de mim? O que quero para mim?
Levanta-se da mesa, com o coração a bater no peito. A câmara segue-o enquanto ele se move pela sala, procurando o objetivo da voz que parece ecoar na sua mente.
SUBCONSCIENTE DE CARLOS (V.O.)
(suave, reconfortante)
Sou apenas uma parte de ti, Carlos. Uma voz que te guiará pela escuridão.
Carlos pára em frente ao espelho na parede oposta. O seu reflexo olha para ele, com os olhos cheios de dúvidas e interrogações.
CARLOS
(o tom de sua voz cheio de angústia)
Não sei se consigo fazer isto. Sair desta desilusão... enfrentar este presente.
O reflexo de Carlos parece sorrir ligeiramente, uma expressão de encorajamento nos seus olhos.
SUBCONSCIENTE DE CARLOS (V.O.)
Não estás sozinho. Podemos encontrar a verdade que tanto procuras.
Carlos fecha os olhos por um momento, um sopro de determinação atravessa-lhe o rosto. Quando os abre de novo, uma nova determinação brilha no seu olhar.
CARLOS
(afirmando para si mesmo)
Então, é hora de começar. Tenho de começar.
Volta-se para a mesa, a chama da vela parece agora mais brilhante, como se reflectisse a coragem recém-descoberta em Carlos.
FADE OUT..